sexta-feira, 23 de abril de 2021

 

Hoje, o nosso amigo e irmão MARCUS OTTONI nos deixou, levou com ele um pedaço de nossas vidas, das que vivemos com ele, e pôs fim na que ainda viveríamos. Nos restará, apenas, a lembrança do seu sorriso, sua alegria, seu carinho para com os amigos e, principalmente, sua imensa sensibilidade para a poesia. Deixando também, é claro, a saudade e a dor em nossos corações.                                  Um beijo grande amigo!  

PONTO FINAL

(Aos críticos)
(Marcus Ottoni)


Não me culpe amigo
pela ausência de sorriso
pelo riso forçado no canto de minha boca
as conveniências já não são
como no início da luta
A vida corre e sempre corre pelo lado oposto
e a gente entende as razões da briga isolada
E nada, nada transparece entre o ser
e o querer ser

Não me culpe amigo
pelo desespero
pela angústia que envolve o meu coração
As conveniências já não são saudáveis
ao plano inicial
A vida para no momento que se rompe o laço
e o abraço torna-se nó de forca
que aperta a garganta e silencia a voz

Não me culpe amigo
pelo abandono da vida
ou pelo sono da vista
As reticências da última linha
param no ponto final
e a vírgula do descanso, da parada rápida
termina a frase

Não me culpe amigo
pelo aperto de mão.