sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A beleza da arte e poesia Potiguar



O Planeta Potiguar entrou em rota de coalizão com o sistema interplanetário da Poesia. Encontra-se em pleno voo produtivo o livro da poetisa Eneida Varela, trazendo imagens de artistas e fotógrafos do nosso Rio Grandioso do Norte e poemas seus. Li e vi algumas dessas pérolas e posso garantir, ninguém, em especial nenhum amante das artes, pode deixar de caminhar pelas areias, águas, sol e luas deste belo livro.

Eneida Varela viveu sua adolescência nadando entre as praias da bela Natal e Maracajaú Maravilha, época em que casou com o jornalista, escritor e também poeta Marcus Ottoni, com quem dividiu o dom de poetizar e teve três filhos: Bianca, Pablo e Antônio. Hoje divide sua vida de Servidora Pública aposentada entre a Poesia, os netos Marcelo, Matheus e Miguel e o seu recanto de inspiração em Maracajaú.

Enquanto aguardamos a publicação, vamos acompanhando algumas dessas delícias que estão sendo publicadas no Portal da Galeria.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

 

Hoje, o nosso amigo e irmão MARCUS OTTONI nos deixou, levou com ele um pedaço de nossas vidas, das que vivemos com ele, e pôs fim na que ainda viveríamos. Nos restará, apenas, a lembrança do seu sorriso, sua alegria, seu carinho para com os amigos e, principalmente, sua imensa sensibilidade para a poesia. Deixando também, é claro, a saudade e a dor em nossos corações.                                  Um beijo grande amigo!  

PONTO FINAL

(Aos críticos)
(Marcus Ottoni)


Não me culpe amigo
pela ausência de sorriso
pelo riso forçado no canto de minha boca
as conveniências já não são
como no início da luta
A vida corre e sempre corre pelo lado oposto
e a gente entende as razões da briga isolada
E nada, nada transparece entre o ser
e o querer ser

Não me culpe amigo
pelo desespero
pela angústia que envolve o meu coração
As conveniências já não são saudáveis
ao plano inicial
A vida para no momento que se rompe o laço
e o abraço torna-se nó de forca
que aperta a garganta e silencia a voz

Não me culpe amigo
pelo abandono da vida
ou pelo sono da vista
As reticências da última linha
param no ponto final
e a vírgula do descanso, da parada rápida
termina a frase

Não me culpe amigo
pelo aperto de mão.


sábado, 14 de novembro de 2020

A Farsa da Democracia

(Marcus Ottoni)

O que era para ser uma festa cívica como apogeu do regime democrático, transformou-se numa grande farsa com adeptos em todos os quadrantes e em todos os seguimentos sociais, principalmente naqueles envolvidos, direta ou indiretamente, no processo eleitoral brasileiro.

Eleição é, em tese, o clímax da democracia. Isso quando ela vem carimbada de legalidade e representa a aspiração da sociedade em poder escolher seus representantes para os poderes Executivo e Legislativo. É o fim que justifica os meios para que uma nação, um estado ou um município possa ter seus políticos legitima e democraticamente eleitos. É,... em tese.

Porém no Brasil o que vemos é que o processo eleitoral é recheado de vícios e coberto de oportunismos que comprometem, não apenas a democracia, mas toda a eleição e suas consequências que são os eleitos, muitos deles sem qualquer preparo intelectual para o exercício de um cargo que não é emprego, mas função publica com data de validade.

A começar pela tal da Justiça Eleitoral que, se não é uma piada, é a própria excrescência da inutilidade, com suas normas e diretrizes metamorfoseadas a cada eleição para atender a interesses não muito confessáveis de público. A própria divisão das eleições, feita em prestações com eleições municipais em um ano e dois anos depois as eleições estaduais e federais. Uma inutilidade cara que consome recursos do cidadão que poderiam estar sendo uteis em áreas como saúde, segurança, educação, infraestrutura etc.

Nessa locomotiva inútil e farsante se encontra o tal “direito do cidadão” de exercer o voto de dois em dois anos. Direito “songa” nenhuma. Quem é obrigado a ir votar não tem direito, é empurrado para a urna para não sofrer as punições impostas pela famigerada Justiça Eleitoral. Direito será quando o voto for facultativo, não quando é obrigado. É como as tais “cotas” para afro descentes, quando se confunde concessão com conquista. Mas isso é outro assunto.

De volta a farsa da democracia, vemos que a pitoresca Justiça Eleitoral é a mantenedora e promotora da farsa eleitoral, já que ela própria se recusa a não cumprir uma lei aprovada pelo Congresso Nacional que determina a inclusão do voto impresso na urna eletrônica para possíveis conferências em caso de denúncia de fraude eleitoral. Não cumpre a lei e quer que todos nós obedeçamos às suas normas e ritos macabros para tirar da malfadada urna eletrônica os “abutres da democracia”.

A própria urna eletrônica é a farsa cristalizada. Mesmo com “garantia” da Justiça Eleitoral de que é segura e “infraudável”, a urna eletrônica é a piada global que faz quase a totalidade dos países do planeta morrerem de rir da “ingenuidade” da sociedade brasileira ao crer que a rapidez na apuração dos votos é mais importante do que a segurança da votação. Só mesmo sendo fruto da colonização portuguesa para enfiar um tomate no nariz e pintar a boca de branco com um sorriso demente achando que está na vanguarda eleitoral do mundo.

Mas a farsa é bem maior do que nossa vã filosofia pode imaginar. Toda eleição é custeada com recursos públicos o que nos torna cumplices de milhares, ou milhão, de espertalhões de toda sorte que buscam no poder público a boquinha para suas mutretas e onde pretendem desencantar suas maracutaias para se perpetuarem no ofício de defensor dos humildes e da população mais desassistida, gerando para eles próprio o “pão eterno de cada dia” às custas da miséria que estabelecem para dela tirar proveito eleitoral. Somos cúmplices do mais bem intencionado e do mais hediondo ser travestido de candidato nas eleições. Nós pagamos suas campanhas.

Um parêntese: esses senhores e senhoras, que vão as ruas gastar nosso dinheiro para enganar a nós mesmo com suas propostas salvadoras da pátria e da alma alheia, são o que se pode cunhar como “hipócritas desavergonhados”. É verdade que há exceções, muito poucas, mas há. No covil da democracia a esmagadora maioria é mesmo de abutres carniceiros. São eles que desfrutam de privilégios inimagináveis para um trabalhador operário ou uma dona de casa que faz bico para aumentar o ganho familiar. São empregados da sociedade sem ter carteira assinada, porque vereador, prefeito, deputado, governador, deputado federal, senador e presidente da República não são profissões. Mas todos, sem exceção, se aposentam nababescamente com pouco tempo na atividade política.  

O mais engraçado da farsa da democracia é o discurso sisudo e enfadonho daqueles que comandam a Justiça Eleitoral. São verdadeiras pérolas do escárnio social. A “verve” é sempre dilapidada com bordões escrotos repetidos de dois em dois anos, prometendo moralidade, transparência, justiça e combate implacável aos crimes eleitorais. Só não vale para eles mesmo porque se a eles fosse aplicado um terço do que vomitam nas entrevistas nas tevês, acredito que não teríamos mais Justiça Eleitoral no Brasil.

E tem muito mais na farsa da democracia. Se fosse escrever “de um tudo” que tem nesse processo da escolha dos representantes da sociedade para ocupar os poderes públicos daria um livro com páginas a perder de vista. Mas fico por aqui. Decidi escrever este texto para registrar a minha decisão de não mais participar do processo eleitoral deste ano em diante. E o faço lembrando de meu avô, um descente de italiano, que em sua sabedoria de vivência me dizia enquanto costurava sapatos na sapataria que mantinha no fundo de sua casa na velha e querida São João del Rey. Dizia ele: “se você não combina com algo, não participe dessa coisa para não valorizar aqueles que dela tiram proveito”. Prego batido e ponta virada. 

Afinal, já dei minha contribuição para o meu país. Agora é com a geração que veio depois da minha. Um forte abraço. 


terça-feira, 6 de outubro de 2020

Meu querido amigo irmão

Sempre achei, e olha que por muito tempo tive essa sensação de que comunista raiz ou como a nova geração classifica os jovens de ontem, “us vei du passadu”, tinham como prática viver oculto na sociedade para manter o glamour da ideologia preconizada pelos camaradas Karl Marx, Stalin e Mao Tse Tung, sem falar na adrenalina que atinge picos astronômicos quando se esconde em “aparelhos perseguidos pela repressão”. Tudo bobagem que não resiste a uma masturbação ideológica mais prolongada com viés de doutrinação desconectada do mundo contemporâneo.

Mas, por que estou escrevendo isso? 

Não é porque já consumi duas garrafas de 600 ml de cerveja, mais três latas de 350 ml de puro malte, e devo estar próximo de chamar o louro, que não tenho, de São Pedro. Nem gato mais posso criar, imagine papagaio falador. É porque vem do fundo do coração armazenado ao longo de décadas e décadas e experiências reais com a tal ideologia do proletariado.

Mas vamos lá... se foi ontem, fica o registro atrasado, se é hoje, fica a lembrança atual. Mas, ontem ou hoje, o que importa é que o camarada Piu Piu (codinome do poeta e escritor Paulo Estanislau... era, né?) está passando um ano pra frente. “Entoce”, no bom "minerês", vamos saudar a mudança de ano e torcer para que ele seja sempre o cara que é, que nos contagia com sua alegria, que nos proporciona gargalhadas sem fim, que nos alegra por ser amigo e que nos faz feliz por saber que ele não fez nenhum ato que desabone sua salutar existência, o que é corriqueiro na rotina do nosso querido Piu Piu. Porém, diga-se de passagem, besteira no rol das atividades de Piu Piu é o que mais nos alegra e nos faz, a cada dia que passa, mais próximo dele. Nós que o amamos conjugando o verbo do bem querer e ressaltando a infinita emoção de sempre estar, mesmo distante, vigilante sob o olhar carinhoso do amigo Paulo Estanislau. 

Abre outra que a gente toma com gosto. 

Parabéns e forte abraço. 

Um grande beijo camarada.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Novo livro do jornalista Marcus Ottoni disponível no "Recanto das Letras"

 O jornalista Marcus Ottoni acaba de lançar virtualmente mais um livro. "A estória que nunca contei" faz uma reconstituição de parte da história do país durante o período do regime militar em Minas Gerais, em 1969, a fase mais sombria dos governos militares, quando ele se viu envolvido em atividade clandestina com os adversários dos generais. Ele atuou como "avião" levando documentos e dinheiro para militantes da esquerda perseguidos e procurados pelo regime militar. A atividade era ocultada pelo envolvimento dele com o movimento hippie da época o que garantia segurança para o deslocamento do material e a entrega nos pontos determinados para pessoas previamente combinadas.
O livro resgata parte da vivência naqueles dias memorizados pelo jornalista, ressaltando algumas particularidades daquele tempo. A ideia de escrever "A estória que nunca contei" era antiga e vinha sendo postergada até 2019 quando os fatos completaram 50 anos e levou quase um ano para ser concluído. O livro remete o leitor a um período negro na vida institucional do Brasil e os fatos acontecem na pequena e provinciana São João del Rey, Minas Gerais.
O livro está disponibilizado para baixar no site do "Recanto das Letras". Basta acessar o link e baixar o arquivo em PDF.