quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Sidney Valença... ou simplesmente Ney


Homenagem da Galeria do Povo por causa dela: nossa saudade.


O menino simples que cresceu humilde e solidário numa terra de gigantes. Que se fez presente para alterar o cenário ao longo do seu caminhar pela vida e, com seu jeito interiorano, encantou quem encontrou pela frente. Juntou amigos por onde passou e fez do seu dom o mais belo instrumento de união numa revolução constante entre o real palpável e a emoção do poeta que sabe onde encontrar a verdade da existência humana e, assim, transformar sentimentos em versos dedilhando, no violão companheiro, canções que penetram e se alojam na alma eternamente.

Poesia em canções ou canções com poesia? São palavras costuradas com o gosto pela vida e arrematadas em notas musicais com sabor de gente viva. Ney Valença, amigo de sempre de todos e amante de tudo que a vida oferece para as pessoas que conhecem os segredos do misterioso mundo das almas privilegiadas pela proximidade com a divindade que fecunda na mente e nos corações o saber mais que puro de quem se ilumina com a sabedoria dos mestres e faz sua luz brilhar clareando aqueles que se entregam a poesia como o amor que se dá ao coração para que se descubra a vida e a alegria de viver.

Ney Valença, poeta, letrista, músico e ser humano. Ney foi revelado como artista no Cruzeiro Novo, no final da década de 70 quando integrou o movimento “Galeria do Povo” participando ativamente da “Banda da Galeria” junto com outros artistas da comunidade. Ficou em 2º lugar no I Festival de Calouros do Projeto Ferro Carajás, em Serra Norte, com sua obra prima “Por causa dela” e teve sua primeira musica gravada, participando do LP prensado pelo Projeto Carajás, em 1983 com as canções selecionadas pelo juri. 

Ney, cujo nome de batismo era Sidney, integrou a Academia Cruzeirense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 18 (Olavo Bilac) desde 2016. Ney viveu 27 anos com Helenice Sampaio Mendes e as três filhas da companheira. Ele foi pai solteiro de uma filha cujo convívio foi mais acentuado nos últimos seis anos de vida. Em 2012 sofreu um transplante de fígado. Em 2018, num dia de inverno no hemisfério sul, em julho, Ney Valença nos deixou fazendo sua passagem.

Todos aqueles que integraram a Galeria do Povo no Cruzeiro Novo, junto com Ney Valença, reverenciam o grande artistas que ele foi e prestam, solidariamente, esta homenagem ao amigo eterno e ilustre membro do movimento que revolucionou o “modus operandi” no fazer arte e cultura, quebrando os paradigmas da época e levando para a rua a arte popular livre do povo do Distrito Federal.

Um comentário:

  1. Olaaa...! Uma Justa homenagem a esse irmão Poeta.Compositor e músico Menestrel. Bom de proza. Falar de Ney,é simples,e ao mesmo tempo complexo. Então o melhor que temos a fazer é ouvir e ler,o que ele mais gostava de fazer,tocar cantar e declamar poemas e poesias. Gratidão Sidney.Por tudo que vivemos juntos,No Planalto central,desse Cerrado Alado..!

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